quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Todos os Homens do Presidente"

All the President's Men (EUA, 1976)

De Allan J. Pakula
Com Robert Redford, Dustin Hoffman, Jason Robards, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook e Jane Alexander
Cor
Duração 138'

Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon. Antes mesmo que o livro dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein narrando as investigações promovidas pelos dois repórteres fosse publicado, Robert Redford comprou os direitos cinematográficos da obra. Surpresa: “Todos os Homens do Presidente” (All the President’s Men, EUA, 1976) é um thriller de suspense excelente, e uma aula completa para qualquer aspirante a jornalista. O filme de Alan J. Pakula tinha tudo para dar errado. Há, ao todo, pelo menos 30 ou 40 pessoas que desempenham papéis de destaque na investigação promovida pelos dois repórteres. Montar todo esse painel sem confundir o espectador, ou sem tornar a narrativa complicada demais, prolixa demais, era um trabalho hercúleo de que o roteirista William Goldman se incumbiu magnificamente. O resultado é um filme ágil, com ritmo de thriller de suspense, fácil de acompanhar e fiel aos fatos. Goldman acabou premiado com um Oscar pela empreitada, e merecidamente. A direção segura de Pakula dá o toque final, fazendo do filme um verdadeiro manual de procedimentos para a prática do Jornalismo investigativo. “Todos os Homens do Presidente” discute técnicas de reportagem, abordagem de testemunhas, ética e todos os aspectos do que significa ser um repórter. É um pacote completo; não esquece nem de mostrar o lado ruim da profissão – a complicada vida pessoal, os momentos de tédio e de espera quase infinita, o paciente e fascinante trabalho de conquistar a confiança de uma fonte. Vencedor de 4 Oscar entre as 8 indicações recebidas: Jason Robards, melhor ator coadjuvante; William Goldman, melhor roteiro adaptado; George Jenkins e George Gaines, melhor direção de arte; Arthur Piantadosi, Les Fresholtz, Dick Alexander e Jim Webb, melhor som. Demais indicações: melhor fotografia (perdeu para Rocky); Jane Alexander, melhor atriz coadjuvante; Alan J. Pakula, melhor diretor e Robert L. Wolfe, melhor editor.  

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"Plano 9 do Espaço Sideral"

Plan 9 from outer space (EUA, 1959)

De Ed Wood
Com Gregory Walcott , Mona McKinnon , Duke Moore , Tom Keene , Carl Anthony, Maila "Vampira" Nurmi, Thor Johnson e Béla Lugosi
P&B
Duração 78'

"Certos filmes são tão ruins que chegam a ser bons". A primeira pessoa que disse esta frase provavelmente acabara de assistir "Plano 9 Do Espaço Sideral", por muitos considerado o pior filme de todos os tempos, o Cidadão Kane dos filmes ruins. Não sei se o caso é para tanto, mas com certeza esta produção de Ed Wood merece um lugar de destaque na história do cinema. O interessante é que Wood tenta dar ao filme um ar imponente, que torna tudo ainda mais engraçado. A própria narração da história é feita em um tom grandioso, como se estivéssemos ouvindo um texto de Shakespeare sendo recitado. No entanto, os diálogos escritos pelo próprio Ed Wood nada têm de grandiosos, sendo, ao contrário, tolos e óbvios. Em certo momento, por exemplo, um detetive diz: “O Inspetor Clay está morto! Foi assassinado! E alguém é responsável por isso!” É impossível não rir. Aliás, a diversão começa já no primeiro diálogo, quando o “adivinho” Criswell, que narra a história, diz: : “Saudações, meus amigos. Todos nós temos interesse no futuro, pois lá é onde eu e você iremos passar o resto de nossas vidas. E lembrem-se, meus amigos, que eventos futuros como estes irão afetá-lo no futuro.” Hilário, não? (O problema é que o filme não era uma comédia.) A direção de Wood é péssima, justificando sua fama. Não que ele não saiba como fazer um enquadramento razoável ou conduzir a história. Seu maior problema é sua completa desatenção para com o que está sendo filmado. Relapso ao extremo, ele não se importa que as cruzes e as lápides falsas do cenário que simula um cemitério caiam, durante a cena, revelando a fraude. Além disso, várias cenas do filme ficam variando entre o dia e a noite, dependendo do ângulo em que são filmadas. E estou mencionado apenas os erros menos grosseiros. Plan 9 From Outer Space possui algumas cenas que se tornaram clássicas, como o momento em que o “dublê” de Bela Lugosi sai de sua cripta com uma capa estendida sobre o rosto e persegue Tor Johnson. A seqüência na qual Eros compara o funcionamento da solobonite com um “rastro de gasolina” também é memorável. De acordo com esta analogia, o Sol é um galão de gasolina, e seus raios, um rastro de combustível que chega à Terra. Aliás, é nesta cena que o alienígena Eros diz: “Um raio de sol é constituído por muitos átomos!” Imperdível.

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